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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

PAÍS PRECISA INVESTIR R$ 8 BI EM REDE DE DUTOS



A decisão da Petrobras de cortar investimentos para se concentrar na produção no pré-sal tem trazido preocupações sobre o aumento dos gargalos no abastecimento de combustíveis ao mercado. Estudo encomendado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) mostra que o Brasil demandará investimentos da ordem de R$ 8 bilhões na expansão da infraestrutura de dutos e que, num momento em que a única investidora de peso na área enxuga seu plano de negócios, o governo precisa se movimentar para atrair novos investidores para o setor e evitar que, em dez anos, o mercado enfrente barreiras no transporte de derivados como gasolina e diesel.

"Hoje, vivemos o esgotamento do modelo atual de negócios. Dependemos de um agente [Petrobras] que está reduzindo investimentos", disse Marcus D'Elia, sócio executivo do Instituto de Logística e Supply Chain's (Ilos), que elaborou o estudo. "Precisamos criar modelos que facilitem a entrada de novos agentes no mercado para que esse investimento possa ser feito no curto prazo, sem onerar fortemente a Petrobras ou o governo federal."

De acordo com o estudo, o crescimento do consumo de combustíveis no país demandará a construção de seis novas rotas, nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, além da duplicação de dutos existentes, cujas capacidades devem se esgotar nos próximos anos.

Segundo cálculos do Ilos, a construção de novos dutos demanda investimentos de R$ 4 bilhões. Embora o estudo não tenha se debruçado sobre o cálculo dos aportes necessários para a expansão da infraestrutura atual, por meio da duplicação e de investimentos em bombeamento, a estimativa é que sejam demandados outros R$ 4 bilhões para aumentar a capacidade dos dutos existentes.

Para o gerente-executivo de abastecimento, petroquímica e biocombustíveis do IBP, Ernani Filgueiras, a falta de investimentos não deve causar um apagão no fornecimento de combustíveis ao mercado, mas pode aumentar custos e tornar menos eficiente o suprimento aos consumidores.

"Se os investimentos não forem concretizados, não quer dizer que faltará combustível, mas haverá gargalos. Vai acabar incentivando o transporte por meio de rodovias, o que encarece o frete e aumenta a insegurança nas estradas e as emissões de poluentes", diz Filgueiras.

D'Elia alerta que o modelo regulatório atual do setor não tem estimulado a entrada de novos investidores e que a discussão sobre o aperfeiçoamento das regras é urgente. "Um duto médio leva geralmente sete anos para ser construído, incluindo o tempo de licenciamento e obras. Se o que estamos discutindo agora não for definido nos próximos três anos, provavelmente teremos problemas", afirma.

Segundo ele, a regulamentação do livre acesso é hoje um dos principais inibidores de investimentos por parte das distribuidoras. Pelas regras da ANP, uma empresa que construa um duto está sujeita a aceitar investimentos de terceiros na ampliação desse duto. "Ou seja, após todo o esforço de investimento inicial, um concorrente se aproveita de um investimento marginal para aumentar a capacidade e atingir o mesmo mercado que o proprietário quis atingir com a construção do projeto", explica.

Além disso, a interferência da ANP na regulação das tarifas de transporte não é bem vista pelo investidor. D'Elia destaca, ainda, que o Brasil poderia se inspirar na América do Norte e criar a figura do operador logístico, empresa que atua exclusivamente na construção e operação de dutos. Falta, contudo, regulamentar esse tipo de agente no país.

O estudo prevê até 2025 o crescimento de 32% na demanda por diesel e de 53% no de gasolina equivalente (consumo dos veículos do ciclo Otto, ou seja, gasolina e etanol). "Se [o crescimento projetado] não for alcançado em 2025, será em 2028. O problema é do mesmo tamanho, porque não se consegue construir dutos em três anos", diz D'Elia, a respeito dos efeitos da desaceleração do consumo este ano sobre as projetos.




Fonte: Valor Econômico/Por André Ramalho | Do Rio 


Disponível em: https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/31729-pais-precisa-investir-r-8-bi-em-rede-de-dutos 


Acesso em: 24/09/2015

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

TRANSPETRO TERÁ INVESTIMENTO TOTAL DE US$ 1,7 BILHÃO NOS PRÓXIMOS CINCO ANOS

Antônio Rubens Silva Silvino

A Transpetro contará com um investimento total de US$ 1,7 bilhão para os próximos cinco anos, em planejamento que dará foco principal ao aprimoramento dos ativos já operados pela companhia, subsidiária da Petrobrás. A informação foi anunciada nesta terça-feira (22) pelo presidente da empresa, Antônio Silvino (foto), durante a palestra que deu início à Rio Pipeline 2015. Em sua apresentação, o executivo afirmou que também serão buscados novos investimentos que auxiliem na superação do mau momento, entre eles projetos de embarcações e logística.
“Estamos nos preparando para sairmos muito mais fortes dessa crise”, afirmou Silvino. Apontando as novas tendências da Transpetro para os próximos anos, o executivo afirmou que a companhia não tira os olhos das oportunidades mesmo em um momento financeiramente frágil. Se hoje os investimentos são menores, eles não deixam de ser inovadores, explicou o presidente da subsidiária, que vem buscando aprimorar sua gestão para atender de forma clara às demandas do mercado.
A edição deste ano da Rio Pipeline traz representantes de 19 países para debater os desafios do mercado brasileiro e as saídas da atual crise. É esse o objetivo central que faz diversas empresas comparecerem ao Rio de Janeiro nesta semana para a feira, que vem reunindo a indústria de dutos para firmar novas parcerias e projetos de investimento no setor. O evento começou hoje, contando com apresentações de palestrantes experientes na indústria de petróleo. Entre eles estavam o diretor da PPSA, Oswaldo Pedrosa, o CEO da Barra Energia, Renato Bertani, e a analista de riscos da Wood Mackenzie, RoseAnne Franco.
Em sua apresentação, Pedrosa foi enfático ao avaliar o potencial de exploração e produção em campos do pré-sal. O executivo afirmou que o planejamento do campo de Libra segue de acordo com o cronograma, e foi otimista em relação ao futuro. Segundo ele, o impacto do baixo preço do petróleo tem reduzido o lucro das empresas, mas o cenário é natural e cíclico. De acordo com Pedrosa, a Petrobrás passa por um “consistente processo de reestruturação” e deverá voltar com força em breve.
Trazendo as perspectivas de mercado da Barra Energia, Bertani apontou para a necessidade de investimentos maciços na indústria de óleo e gás para que o setor corresponda ao grande potencial das reservas brasileiras. O executivo afirmou que apenas 23% da área do pré-sal tem contratos firmados, o que abre um enorme espaço para a chegada de novas companhias. Comparando os poços do pré-sal às reservas do Golfo do México, Bertani explicou que a maior descoberta do Golfo é “peixe pequeno” frente a campos que já vem sendo desenvolvidos no Brasil.
A palestra de abertura da feira contou também com um olhar estrangeiro sobre a indústria brasileira, trazendo pouco otimismo em relação às apresentações anteriores. A analista norte-americana da agência de risco Wood Mackenzie, RoseAnne Franco, afirmou que o Brasil segue gerando grande interesse internacional para investimentos, mas ainda precisa apresentar melhoras em alguns aspectos. Segundo ela, é importante que o país supere barreiras como a burocracia institucional e a corrupção no setor. A especialista ressaltou também a necessidade de se estimular a competição no segmento, junto à redução de custos. A tendência é de que o risco de investimento no Brasil melhore até 2020, mas o caminho também será seguido pelos demais países produtores.
A crise do mercado mundial de óleo e gás tende a se esvair aos poucos ao longo dos próximos anos, segundo RoseAnne. A expectativa é de que o preço do barril apresente uma leve recuperação no segundo semestre de 2016, e aos poucos haja uma maior estabilização da indústria. Para que isso aconteça, equiparando a demanda à oferta excessiva do setor, é necessário “fazer mais com menos”, explicou a analista.
Disponível em : http://www.petronoticias.com.br/archives/74877
Acesso em: 23/09/2015

Ritmo de expansão da malha dutoviária aumentará no país, prevê Ilos - Site Energia Hoje | CTDUT - Centro de Tecnologia em Dutos

Ritmo de expansão da malha dutoviária aumentará no país, prevê Ilos - Site Energia Hoje | CTDUT - Centro de Tecnologia em Dutos

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

27/6/2015 às 11h40 (Atualizado em 27/6/2015 às 11h52)

Dutos ligados ao mar podem despoluir lagoa Rodrigo de Freitas até Olimpíadas, diz especialista

Professor da UFRJ defende construção de dutos para favorecer oxigenação
Da Agência Brasil
Em abril passado, mais de 50 toneladas de peixes mortos foram recolhidas na Lagoa, zona sul do Rio de JaneiroAlessandro Buzas/Agência O Dia
A lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, que será um dos palcos das Olimpíadas de 2016 nas provas de remo, pode ser completamente despoluída até o início das competições, em agosto do próximo ano, evitando cenários que se repetem periodicamente, de grande mortalidade de peixes, segundo afirma o professor da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro Paulo Cesar Rosman.
Integrante do Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente e de Engenharia Costeira e Oceanográfica da UFRJ, ele propõe a construção de grandes dutos subterrâneos, ligando a lagoa com o mar, o que aumenta a troca de água e favorece a oxigenação.
— A solução foi dada há 22 anos, em um estudo que eu coordenei. A ideia de se fazer os dutos afogados é perfeitamente viável e atinge os objetivos. Se não houver uma ligação permanente, com boa troca de água, não tem solução. Hoje temos uma lagoa que é um doente crônico. Em menos de um ano, de hoje para as Olimpíadas, dá para fazer, e resolve o problema definitivamente.
O sistema seria composto de quatro tubulões subterrâneos, com 2,6 m de diâmetro, se estendendo até 200 m mar adentro, com valor estimado em US$ 30 milhões, sem utilização de bombas, usando apenas a maré para puxar e empurrar a água. Rosman não afastou a possibilidade de ocorrer nova mortandade de peixes durante as Olimpíadas, quando o Rio e o Brasil estarão sob os holofotes mundiais.
— Mortandades de peixes ocorrem mais comumente na época do verão, quando a água fica mais quente e o metabolismo de microalgas é mais acelerado, ocorrendo os choques de anoxia [falta de oxigênio]. Mas se você olhar os registros de mortandade na lagoa, houve vários casos no inverno. Nunca estamos livres de catástrofes ambientais.
Rosman disse que, por conta de décadas de poluição, existe uma camada de 1 m de extensão, no fundo da lagoa, onde praticamente não há vida, pois é considerada anóxica. Quando venta muito, chove forte ou a temperatura sobe, essa camada se agita e libera substâncias tóxicas, que provocam a mortandade em massa de peixes. O último episódio aconteceu em abril passado, quando mais de 50 toneladas de peixes mortos foram recolhidas.
Acesso em: 09/09/2015