Os microcabos de fibra óptica ainda não têm data para serem lançados no mercado nacional, mas a expectativa é que estejam disponíveis e homologados pela Anatel até meados de 2016. A estimativa é de Luiz Felipe Lorenzoni, gerente de planta externa da Level 3 e coordenador do grupo de trabalho que reúne diversas empresas do setor para desenvolver a versão nacional da tecnologia.
“A especificação dos cabos está pronta e já foi apresentada à Anatel”, diz. Se mantidos os requisitos atuais, os microcabos brasileiros terão até 288 fibras, reunidas em um cabo com 11,4mm de diâmetro. Serão sopradas em dutos de 18 mm de diâmetro externo e 14 mm de diâmetro interno, e poderão ser instaladas em uma vala vertical ondem cabem sete dutos. “Pensamos nisso também como uma solução para backbone. Vizualizamos o uso ao longo de uma rodovia, no canteiro central”, exemplifica.
Por sua vez, a agência aguarda o término de um laboratório de homologação destes cabos para se basear nas análises e aprovar os produtos dos diferentes fabricantes. Antes, deverá também validar as especificações para os cabos. Quem está construindo o laboratóiro é o CPqD. Ainda em novembro representantes da Anatel devem visitar as instalações. “Com o laboratório validado, a Anatel validará os requisitos, e em seguida os fabricantes começam a homologar. Expectativa é que o primeiro cabo chegue em junho de 2016. A homologação deve demorar, em média, 6 meses”, estima Lorenzoni.
Lorenzoni lembra que maior benefício destes cabos, já usados no exterior, é a sustentabilidade dos projetos. A implantação é mais barata, enquanto o impacto ambiental é minimizado. “Sendo conservador, a implementação dos cabos pode gerar economia de 30%. Em média, a economia deverá ser de 50%, mas nosso objetivo é reduzir os custos em até 70%”, diz o executivo.
A Level 3 já fez um teste de implementação destes cabos na última milha, instalando 70 metros de microdutos, por dentro dos quais estes cabos serão sobrados, em São Paulo. A obra foi realizada em apenas dois dias. Para efeitos de comparação, uma obra de mesma dimensão com cabos ópticos tradicionais levaria ao menos uma semana para ser concluída, desde que não houvesse acidentes, como a obstrução de tubulações de gás, água ou esgoto.
Outra possibilidade é usá os microcabos também para a reconfiguração aérea, nos postes. Um trial nesta modalidade será feito ainda este ano, pela Telcomp, no bairro do Itaim, em São Paulo. Ali, serão implantados dutos aéreos compatíveis com os microcabos. A data para o teste ainda não foi definida.
Acesso em: 02/11/2015